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FMC reabre engenho centenário e proporciona momento histórico à comunidade
Diante de um domingo de sol, repleto de calor humano, a Fundação Municipal de Cultura de Bombinhas reabriu o Engenho do Miminho, um Espaço Cultural, no bairro José Amândio. E a protagonista dessa história, a comunidade, se fez presente, apropriando-se, dessa forma, de um espaço que é dela. Mas, também, as autoridades bombinenses prestigiaram esse dia especial. A prefeita Paulinha e o vice-prefeito Paulinho, acompanhados dos vereadores Márcia Pinheiro, Xando Mafra, Tonho Olímpio, Edion Odorizze e Carlos Eduardo de Campos, ressaltaram a importância do engenho para a comunidade e a leveza que o local proporciona. “Tem coisas e momentos que nos trazem conforto e proteção absolutas e hoje é um desses momentos, que nos remetem as nossas raízes, é essa sensação que este local nos propicia, e isso é um acalanto”, destaca a Paulinha.
A presidente da FMC, Nívea Maria da Silva Bücker, enfatiza que mais do que um centro cultural ou de memória, o Engenho do Miminho é um ponto de encontro da comunidade: “Aqui é um local de vivência, de eventos, de cultura viva, pulsante. É por isso que hoje é um dia muito especial para a Fundação, para Bombinhas, para a nossa história”.
Mas, os maiores sorrisos, de fato, eram do povo bombinense, que dançou uma domingueira ao som do Grupo Visual, até as 23h00. Brincou, relembrou, manuseou os utensílios e móveis, tiveram algumas lágrimas furtivas, e, mais do que qualquer outra coisa, celebrou. Uma das sobrinhas dos irmãos Vieira, Irani, conhecida por todos como Ni, hoje aos 67 anos, não escondeu a emoção. “Ficou tudo lindo, prefeito, só sinto a falta das minhas tias e tios aqui, realmente só faltam eles”, além de Ni, também a sobrinha Ide Vieira esteve na inauguração.
A maior parte das madeiras que abrigam atualmente o engenho foram mantidas, algumas precisaram ser trocadas, pois, o tempo correu, e o mesmo processo aconteceu com telhas de calha, no entanto, a maioria ainda são originais. As peças do engenho foram restauradas, todavia, faltam algumas engrenagens para que a Fundação possa promover farinhadas. A fornalha foi reconstruída tal e qual, e foram mantidas as estruturas de cobre que ali havia, da mesma forma o fogão a lenha foi reerguido, ambos permitem o feito do delicioso beijú. Ainda, o forno de coruja (rosca de massa) foi restaurado e pronto para o feitio das iguarias da mesa típica bombinense. Quem vivenciou o engenho com seus donos, não escondeu a comoção em reviver tudo outra vez.
O engenho pertencia aos irmãos Vieira: Francisco (Chico) Venceslau, Miminho, Carmelino Venceslau, Águida (Guinha) Margarida, Abílha (Bila) Margarida e Maria Margarida (Bilica, Quica ou Quiquica).
O Engenho
O engenho foi adquirido em 1968 por Chico Vieira, que o trouxe a Bombinhas de carro de boi do Perequê, em Porto Belo, e já contava pelo menos 150 anos de existência em seu tronco familiar de origem, e o colocou nas terras de seu irmão Miminho. A casa de morada e nascimento dos irmãos na beira da Praia de Bombinhas foi derrubada e sua madeira serviu para construir a casa que abrigou o engenho por 46 anos.
Em 1970 Chico faleceu, e Miminho ficou responsável pela manutenção do engenho e nele viveu com a mãe e as irmãs Bila, Guinha e Bilica. Quanto aos outros três irmãos: Pilém era casado, tinha sua própria morada e foi o único a constituir família. Zinoca e Zé Mogica viviam em suas próprias casas.
O tempo passou e Miminho viu partir Zé Mogica em 1983, Pilém em 1985, sua mãe (dona Margaridinha) em 1989, a Bila em 1994, a Guinha em 1995, e, por fim, chegou a sua vez em 10 de novembro 2001.
Bilica faleceu em 2011 e a última dos irmãos Vieira a falecer foi Zinoca em 2014.
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