O processo de digitalização, impulsionado pela gradual evolução tecnológica das redes sem fio, não só incluiu muito mais pessoas à pluralidade cultural no mundo online, como também desalojou o conceito de entretenimento de seu lugar natural em uma vastidão de modalidades e mídias estabelecidas durante décadas.

Agora, para muitos setores, como da música, dos jogos de cassino e dos livros, o conceito de entretenimento é composto por uma complexidade crescente de representações interativas e dinâmicas; como veremos logo a seguir.

Música: streaming possibilitou variedade e acessibilidade musical de forma universal e prática

Se nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990 era comum grandes artistas venderem milhões de álbuns, esse cenário se transformou completamente a partir do novo milênio, com músicos lançando os seus respectivos trabalhos nas principais plataformas musicais.

Dessa forma, serviços de assinaturas musicais como Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, dentre tantas outros, modificou a maneira como acessamos e consumimos música. Para efeito de constatação, segundo a Recording Industry Association of America Certification (RIAA), em 2021, as receitas de streaming de música no espaço digital estadunidense representaram 84% das receitas totais do setor musical.

Além da praticidade e comodidade de escutar o que bem entender, quando e onde quiser, um dos grandes trunfos do sucesso das plataformas de streaming é incentivar e tornar a variedade musical mais acessível às pessoas.

Graça a modernos sistemas de algoritmos, as plataformas conseguem compreender o perfil de seus consumidores com base no que ouvem e, dessa maneira, enviam sugestões de álbuns e faixas alternativas que tendem a instigar a pluralidade musical dos usuários.

Jogos de cassino: interatividade e imersão na palma da mão

O baralho moderno como conhecemos, com 52 cartas divididas em quatro naipes (Copas, Espadas, Ouros e Paus), ganhou forma no século XVI e através dos franceses. Desde então, a representatividade do baralho como uma forma de entretenimento jamais perdeu a sua relevância na sociedade.

Sendo que, para quem imaginava que o baralho iria ficar para trás na era da digitalização, isso não chegou nem perto de se concretizar — muito pelo contrário. Já que alguns jogos de cartas clássicos, como é o caso do tradicional blackjack, não só conseguiram maior poder de alcance com a democratização da internet, como também ganharam novas perspectivas no ponto de vista da interatividade.

Graças às modernas ferramentas tecnológicas disponíveis nas principais plataformas de cassino, há um grande número variações da mesma modalidade, que vão muito além das tradicionais. Em sites de blackjack online (vinte um), por exemplo, há dezenas de alternativas temáticas para esse jogo de cartas, como os interativos “Atlantic City Blackjack Gold Series” e “Vegas Downtown Blackjack”.

Capazes de promover alto nível de imersão e interatividade em tempo real, jogos como esses são vias relevantes que contribuem significativamente para a democratização de jogos seculares na internet. Além disso, são o retrato da modernidade e sofisticação do segmento em modo ao vivo.

Livros: uma biblioteca inteira carregada no bolso

A primeira e mais antiga loja de livros do mundo, a livraria Bertrand do Chiado (bairro da cidade de Lisboa), está com as portas abertas desde 1732 e ainda preserva uma recordação única do passado literário e cultural não somente de Portugal, mas do mundo.

Contudo, devido à modernização e consequentemente digitalização do segmento, o número de livrarias físicas está cada vez menor. Podemos tomar como exemplo a histórica livraria Cultura, instalada em São Paulo desde 1947, que teve falência decretada e unidade icônica encerrada em fevereiro de 2023.

De uns anos para cá, uma gama de conteúdos textuais, dentre eles os livros, foi incluída em dispositivos e telas de leitura, como o leitor digital Kindle, da Amazon. Dessa forma, os partidários dos leitores digitais passaram a andar com uma biblioteca de livros digitais em um só único aparelho, aumentando e muito e muito o nível de praticidade na leitura.

Livrarias em espaço físico tentam encontrar alternativas para sobreviver

Diante da forte concorrência das plataformas digitais para leitura, uma das alternativas para as livrarias físicas conquistarem o público das novas gerações têm sido comercializar produtos temáticos da cultura pop, como bonecos, almofadas, toalhas, entre outras tantas variedades que vão muito além dos livros.

Além disso, para equilibrar as contas e manter as suas respectivas empresas saudáveis financeiramente, alguns empreendedores estão optando por abrir livrarias em pequenos estabelecimentos ou até mesmo em espaço compartilhado com outras lojas físicas de maior porte.

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