Nesta quarta-feira, dia 27 de março, na cidade de Itaguaí, localizada no estado do Rio de Janeiro, ocorrerá a cerimônia de batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero (S42),

O submarino Tonelero é uma peça fundamental do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), uma colaboração bilateral entre Brasil e França que teve início em 2008, com um orçamento estimado em cerca de R$ 40 bilhões. Esta embarcação é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica a ser inteiramente construído no Brasil dentro do âmbito do Prosub. O programa, que visa à transferência de tecnologia entre os países, tem como meta entregar um total de cinco submarinos até o ano de 2033, sendo quatro convencionais e um nuclear.

Atualmente, dois submarinos desenvolvidos pelo Prosub já estão em operação: o Humaitá e o Riachuelo. Além do Tonelero, o programa inclui a construção do S-BR Angostura (S43) e do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) Álvaro Alberto.

Conforme tradição da Marinha do Brasil, o batismo do submarino Tonelero será realizado pela primeira-dama, Janja Lula da Silva. Após o lançamento ao mar, a embarcação passará por uma série de testes para avaliação de seus sistemas de combate, navegação e estabilidade em alto mar.

Com dimensões impressionantes de 71,62 metros de comprimento, 6,2 metros de diâmetro e 15 metros de altura, o Tonelero é o quinto submarino a integrar a frota brasileira e o terceiro com propulsão diesel-elétrica a ser construído integralmente no país. Possui capacidade de deslocamento de 1.870 toneladas e pode permanecer em operação por até 70 dias, sendo projetado para atingir profundidades superiores a 250 metros e alcançar uma velocidade máxima de 37 km/h.

Internamente, o submarino tem capacidade para transportar até 35 pessoas, contando atualmente com uma tripulação composta por 27 praças e oito oficiais da Marinha. O Tonelero é dividido em 17 compartimentos principais e está equipado com seis tubos de armas capazes de lançar torpedos, mísseis antinavio e minas. Seu sistema de combate conta ainda com sensores acústicos, eletro-ópticos e óticos, além de equipamentos de guerra eletrônica.

No contexto da frota brasileira, o Tonelero se une aos submarinos Tupi e Tikuna, construídos na Alemanha e no Brasil, respectivamente, ambos do modelo IKL-209 de 1.400 toneladas, além dos submarinos Riachuelo e Humaitá, primeiros produtos do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) já em operação.

Os nomes atribuídos aos submarinos do Prosub têm profundo significado histórico, todos sendo batizados em homenagem a batalhas vencidas pela Marinha do Brasil no século XIX. O nome Tonelero refere-se à principal ação naval da Marinha Imperial brasileira na Guerra do Prata (1851-1852), enquanto Humaitá recorda a passagem da Esquadra brasileira pelo complexo fortificado de Humaitá, no rio Paraguai, durante a Guerra do Paraguai. Já Riachuelo presta homenagem à vitória brasileira na batalha do Riachuelo, travada durante a mesma guerra.

Com o lançamento do submarino Tonelero, o Brasil reforça sua capacidade estratégica no cenário naval, marcando mais um passo significativo no desenvolvimento de sua tecnologia militar em parceria com a França.

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