O Brasil chora a perda de um ícone do futebol. Na sexta-feira (5), às 23h40, Mario Jorge Lobo Zagallo morreu aos 92 anos, no Rio de Janeiro, após internação desde 26 de dezembro. A causa foi falência múltipla dos órgãos, resultado do agravamento de suas comorbidades. A informação foi publicada no começo da madrugada deste sábado (6) pelo perfil oficial da lenda do futebol mundial.
“Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas”, diz a nota.
“Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa”, prossegue.
Zagallo foi uma lenda no cenário do futebol brasileiro e mundial, o único a erguer quatro vezes a taça da Copa do Mundo.
Nascido na cidade de Atalaia, no estado de Alagoas, em 9 de agosto de 1931. Ainda jovem, se mudou para o Rio e iniciou sua carreira como jogador nas categorias de base do América Futebol Clube.
Em 1950, participou de sua primeira Copa do Mundo, mas ainda não como atleta. Na época, aos 19 anos, fazia parte da Polícia do Exército.
Sabendo de sua ligação com o futebol, o chefe do esquema de segurança da competição o designou para trabalhar nas arquibancadas do estádio do Maracanã durante a final, onde assistiu o Brasil ser derrotado pelo Uruguai.
O jogador da Seleção Brasileira
O jogador Zagallo chora após vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1962
Oito anos depois, a história mudou. Destacando-se no Flamengo, ele foi convocado para a Seleção Brasileira na campanha vitoriosa da Taça Oswaldo da Cruz. Essa conquista o levou ao Mundial daquele ano, realizado na Suécia.
Na Europa, ele esteve presente nos seis jogos do torneio e foi responsável por um dos gols na final, onde o Brasil venceu por 5 a 2 contra os anfitriões, garantindo sua primeira Copa. No ano seguinte, em 1962, no Chile, veio o bicampeonato mundial.
Usando a camisa amarela, ele conquistou a Taça do Atlântico (1960), a Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961 e 1962), a Taça Bernardo O’Higgins (1959 e 1961) e a Copa Roca (1960 e 1963). Em 1964, optou por se aposentar da Seleção Brasileira como jogador.
O treinador
O técnico Zagallo segura bola durante treino da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1970, no México
Depois de encerrar sua carreira como jogador, o Velho Lobo decidiu permanecer no mundo do futebol. Em 1966, assumiu o comando do Botafogo, onde conquistou títulos importantes, como o Campeonato Carioca em 1967 e 1968, a Taça Rio nos mesmos anos e o Campeonato Brasileiro de 1968, na época chamado de Taça Brasil.
Antes da Copa do Mundo de 1970, no México, foi convocado para ser técnico da Seleção, substituindo João Saldanha. Com um time repleto de craques como Pelé, Rivelino, Gérson, Jairzinho, Clodoaldo e Tostão, o Brasil teve uma campanha brilhante: seis vitórias em seis jogos, 19 gols marcados e apenas sete sofridos, garantindo o tricampeonato. Zagallo se tornou a primeira pessoa na história a conquistar um mundial como jogador e treinador.
Em 1974, apesar de manter algumas peças do time tricampeão, a Seleção não obteve o mesmo sucesso, terminando em quarto lugar na Copa do Mundo na Alemanha.
Durante os anos 1970, Zagallo obteve êxitos notáveis como treinador do Flamengo, Fluminense e Al-Hilal, na Arábia Saudita. Na década seguinte, comandou o Vasco, a Seleção Saudita e o Bangu.
O coordenador técnico
O atacante Ronaldo Fenômeno (e) e o auxiliar técnico Zagallo (d) observam o técnico Carlos Alberto Parreira (c) durante treino da Seleção Brasileira, em São Paulo, em 1994
Duas décadas depois, Zagallo retornou ao cenário da maior competição de futebol. Porém, dessa vez, foi como coordenador técnico na comissão liderada por Carlos Alberto Parreira, na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
Durante a fase de grupos, o Brasil não conheceu derrotas, liderando o grupo B. Venceu a Rússia por 2 a 0 e Camarões por 3 a 0, além de empatar em 1 a 1 contra a Suécia.
Nas fases eliminatórias, os brasileiros derrotaram os anfitriões por 1 a 0, com gol de Bebeto, nas oitavas de final. Nas quartas de final, venceram a Holanda por 3 a 2, e na semifinal, novamente enfrentaram a Suécia, saindo vitoriosos por 1 a 0. A final épica contra a Itália resultou em um persistente empate de 0 a 0 no tempo regulamentar. Nos pênaltis, o Brasil venceu por 3 a 2, encerrando um jejum de 24 anos sem a conquista da Copa. Esse foi o quarto título de Zagallo como membro da delegação.
Após a competição, com a saída de Parreira, o “Velho Lobo” foi escolhido para sucedê-lo e retornou ao comando da Seleção Brasileira. Sob sua liderança, o Brasil conquistou a Copa Umbro em 1995, além da Copa América e Copa das Confederações em 1997.
O retorno à Copa do Mundo no comando da Seleção
O técnico da brasileira seleção, Zagallo (e), consola o atacante Ronaldo após derrota na final da Copa do Mundo de 1998, para a França, anfitriã do torneio
Em 1998, Zagallo se preparava para seu terceiro mundial como treinador. Durante a fase inicial, o Brasil liderou o Grupo A, conquistando seis pontos ao vencer duas seleções: Escócia, por 2 a 1, e Marrocos, por 3 a 0. Sofreu uma derrota para a Noruega, por 2 a 1.
Nos oitavos de final, triunfou sobre o Chile por 4 a 1, com gols de César Sampaio e Ronaldo Fenômeno. Na fase seguinte, venceu a Dinamarca, com o lendário goleiro Peter Schmeichel, por 3 a 2, em um emocionante confronto.
Na semifinal, enfrentou a Holanda. Após um empate de 1 a 1 no tempo regular contra a Laranja Mecânica, o Brasil venceu nos pênaltis por 4 a 2, contando com as defesas brilhantes do goleiro Taffarel.
Contudo, na final contra a França, país anfitrião do torneio, a história mudou. Marcada pela preocupação com uma convulsão de Ronaldo Fenômeno antes do jogo, a Seleção Brasileira foi dominada e derrotada por 3 a 0.
Recomeço
O treinador da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, e o coordenador técnico, Zagallo, durante apresentação da nova comissão técnica, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em 2003
O pentacampeonato foi conquistado em 2002, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, que deixou o cargo após a vitória.
Com sua saída, abriu-se espaço para o retorno da dupla vitoriosa de 1994: Parreira e Zagallo, assumindo novamente suas respectivas funções de técnico e coordenador técnico.
Durante esse período, a equipe conquistou a Copa América em 2004 e a Copa das Confederações em 2006. Entretanto, na Copa do Mundo, a trajetória chegou ao fim nas quartas de final, com a derrota para a França.
⚠ ATENÇÃO: Caso não esteja conseguindo clicar no link das notícias, basta adicionar um administrador do grupo em sua lista de contatos.
Fonte: Visor Notícias
Sobre o autor:
Redação Visor Notícias
Visor Notícias é um portal com notícias e reportagens sobre o dia a dia do Litoral Norte e Grande Florianópolis criado em 2016.
Experimente um jeito prático de se informar: tenha o aplicativo do Visor Notícias no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples, intuitivo e gratuito!
Usamos cookies para garantir que oferecemos a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que está satisfeito com ele.
AceitoPolítica de Privacidade