A taxa básica de juros, a Selic, pode alcançar 15,5% ainda no primeiro semestre de 2025, segundo projeção da XP Investimentos. O cenário de inflação elevada e instabilidade global deve manter o aperto monetário, com o Comitê de Política Monetária (Copom) indicando novas altas graduais nas próximas reuniões. A expectativa da instituição é de uma inflação de 6% neste ano, com queda para 4,5% em 2026, ainda acima da meta oficial de 3%.

Na última reunião, realizada 19 de março, o Copom elevou a Selic de 13,25% para 14,25%, marcando a quinta alta consecutiva. A decisão levou em conta o crescimento acelerado da economia, o aquecimento do mercado de trabalho, o aumento dos gastos públicos e as pressões do cenário internacional sobre o dólar. A medida busca conter a inflação, tornando o crédito mais caro e reduzindo o consumo e os investimentos.

Caso a inflação desacelere e o real se mantenha estável, o segundo semestre poderá marcar uma reversão no ciclo de alta, com possibilidade de cortes na Selic no final de 2025 ou início de 2026. A perspectiva reforça o protagonismo da renda fixa entre os investimentos recomendados para o ano, com títulos atrelados à inflação ganhando destaque.

Segundo Marcelo Pedroso, economista e líder da XP em Santa Catarina, investimentos em renda fixa com vencimentos de curto e médio prazo devem continuar como os mais vantajosos. Com rentabilidades próximas a IPCA+7%, esses ativos oferecem segurança e boa margem de retorno. Ainda assim, ele reforça que a diversificação continua sendo essencial para quem deseja proteger o patrimônio e aproveitar oportunidades de longo prazo no mercado.

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