As expectativas de neve para Santa Catarina têm sido um tema de crescente interesse, especialmente após uma ocorrência fraca e rápida de neve em São Joaquim no dia 28 de março deste ano, que deixou os catarinenses desapontados.
Recentemente, discussões sobre mudanças nos padrões climáticos e a influência do aquecimento global geram dúvidas sobre a frequência e intensidade dos episódios de neve. Contudo, o meteorologista Piter Scheuer esclarece que o fenômeno La Niña, e não o aquecimento global, desempenha um papel mais significativo nas condições climáticas que afetam as ocorrências de neve no estado.
A Dinâmica do La Niña e a neve em SC
Segundo Scheuer, o frio polar que vem da Argentina e do Uruguai, combinado com a atuação de ciclones extratropicais no Atlântico, é crucial para a formação de neve em Santa Catarina. “Com temperaturas extremamente baixas, esses elementos climáticos são responsáveis por transportar a umidade e o ar frio em altitude, criando condições ideais para a neve”, explica.
Para 2024, o meteorologista prevê duas a três incidências de massa de ar polar durante os meses de inverno, o que pode resultar em um ou dois eventos de neve. “A cada ano, a quantidade de neve pode variar, mas é possível que tenhamos anos com menos neve devido a períodos mais quentes”, afirma.
Impacto do La Niña e variações anuais
O fenômeno La Niña, que caracteriza um resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, tende a alterar padrões climáticos globais e influenciar diretamente as condições meteorológicas em Santa Catarina. “O La Niña favorece a formação de bloqueios atmosféricos que podem impedir a chegada de massas de ar mais quentes, mantendo o clima mais frio por períodos mais prolongados”, detalha Scheuer.
Previsões para o futuro
Apesar das variações anuais, o especialista ressalta que o aquecimento global não elimina a possibilidade de eventos de neve. “O aquecimento global tende a intensificar os extremos climáticos. Portanto, enquanto alguns anos podem ser mais quentes, outros podem trazer invernos rigorosos e nevascas intensas”, explica.
Relembrando grandes nevascas
A maior nevasca já registrada em Santa Catarina ocorreu em julho de 1957, em São Joaquim, com sete horas ininterruptas de neve, temperaturas chegando a -9°C e significativos acúmulos que isolaram a cidade. Esses eventos marcantes permanecem como testemunhos da capacidade do clima catarinense de surpreender seus habitantes e visitantes.
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