Durante o período de julho a setembro, o setor privado em Santa Catarina viu um crescimento significativo, contratando 39 mil novos colaboradores, enquanto o setor público diminuiu, resultando na redução de 11 mil funcionários. Os dados foram divulgados no Boletim Trimestral de Indicadores do Trabalho pela Secretaria de Estado do Planejamento, compilando informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora o aumento notável de empregos no setor privado seja evidente neste trimestre, o superintendente do IBGE em Santa Catarina, Roberto Kern Gomes, aponta que esse crescimento não é exclusivo desse domínio. Ele destaca que o mercado de trabalho do estado tem ganhado robustez ao longo do tempo:

“Desde que a gente começou a divulgar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua) em 2012, Santa Catarina sempre tem os menores índices de desemprego. Em diversos fatores, como uma boa média de renda dos trabalhadores, a questão do desalento, e, finalmente, a informalidade. Santa Catarina tem também o menor índice de informalidade do país. Então, isso faz com que o setor privado seja bastante fortalecido”, destaca.

O superintendente ressalta que, embora a pesquisa do IBGE por si só não permita conclusões definitivas sobre as razões por trás da redução de empregos no setor público, certos padrões merecem atenção:

“A gente percebe que a maioria dos trabalhadores do setor público em que houve queda foi no setor militar e estatutário. É possível que isso tenha ocorrido por um eventual aumento das aposentadorias nesses setores, por conta de uma eventual mudança iminente na legislação previdenciária” ressalta.

Santa Catarina se destaca historicamente no cenário do emprego, apresentando um desempenho notável, com 81% de sua força de trabalho ocupada em empregos formais. O Estado mantém o posto de maior taxa de formalidade dentre as unidades federativas do Brasil, bem acima da média nacional, de 64,5%.

De acordo com o superintendente, essa disparidade entre Santa Catarina e outros estados pode ser atribuída ao fato de que, nos demais locais, a cidade de maior porte é também a capital, o que ocasiona uma concentração expressiva de pessoas e atividades econômicas nessa área específica.

“Em Santa Catarina, a maior cidade, o maior aglomerado, não é a capital, é no Norte do Estado. Então nós temos uma economia distribuída e diversificada no território catarinense. Tem o polo metalomecânico no Norte, o polo têxtil ainda muito forte no Vale do Itajaí, a parte de tecnologia na Capital, no Vale do Itajaí e no Norte, no Sul a indústria de energia, no Oeste produção de proteína animal, e ainda tem o setor moveleiro no Planalto Norte”, conclui Gomes.

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