Santa Catarina experimentou um aumento significativo no número de cesáreas em 2021, superando pela primeira vez o número de partos normais, segundo dados da Secretaria de Saúde do estado (SES) obtidos via DataSUS. No total, foram realizadas 473.261 cesáreas contra 472.913 partos normais. Este crescimento vai na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere que apenas 15% dos partos sejam cesáreos, salvo complicações que justifiquem a intervenção cirúrgica.
Segundo especialistas, a alta taxa de cesáreas reflete uma tendência preocupante não apenas em Santa Catarina, mas em todo o Brasil, onde o índice supera 55% nacionalmente. Hugo Alejandro Arce Iskenderian, ginecologista obstetra de Florianópolis, aponta que muitas intervenções cirúrgicas poderiam ser evitadas, destacando que a cesárea deve ser uma opção apenas em casos de risco para a mãe ou o bebê. A cultura local e a desinformação podem influenciar as decisões das gestantes, contribuindo para a prevalência da cesariana sobre o parto normal.
O debate é ampliado pelos riscos associados às cesáreas, que, segundo a pediatra Gabriela Peceguini Mathias Arce, incluem maiores chances de problemas respiratórios neonatais e menor sucesso na amamentação, entre outros. Por outro lado, o parto normal é considerado mais benéfico para o bebê, auxiliando na preparação dos pulmões para respiração extrauterina e promovendo uma microbiota mais diversificada. A SES de Santa Catarina reforça seu compromisso com a promoção do parto normal, seguindo padrões internacionais e trabalhando para mudar a percepção pública sobre as práticas obstétricas.
Fonte: NSC
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