A dragagem e o aprofundamento do canal de acesso à Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina, devem transformar o maior porto do estado em uma referência nacional em eficiência logística. Com previsão de conclusão até 2026, a obra aumentará a profundidade do canal de 14 para 16 metros, o que permitirá a entrada e saída de navios maiores, mesmo fora do período de maré alta.
Atualmente, as embarcações precisam parar no meio da baía porque não conseguem percorrer os 17 quilômetros do canal com carga máxima. Essa parada, chamada de fundeio, pode durar até 24 horas e gera custos extras de até US$ 25 mil por dia, aproximadamente R$ 150 mil, com manobras, praticagem e navio parado. A obra eliminará essa necessidade, reduzindo significativamente os gastos das empresas e aumentando a agilidade das operações.
Com a nova profundidade, o Porto de São Francisco do Sul poderá receber embarcações de até 366 metros de comprimento e com capacidade para até 16 mil TEUs (contêineres de 20 pés). Hoje, o limite é de navios com até 336 metros e 10 mil TEUs. “É um avanço que vai representar mais riqueza para Santa Catarina, com geração de empregos e aumento da arrecadação. E o detalhe: trata-se de uma obra feita pela iniciativa privada, em uma PPP inédita promovida pelo governo do Estado”, destacou o governador Jorginho Mello.
O edital para a escolha da empresa responsável pela execução da obra já está disponível no site do Porto de São Francisco. A abertura das propostas será realizada em junho e as obras devem começar ainda este ano.
A obra será realizada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), em que o Porto de São Francisco do Sul investirá R$ 24 milhões, enquanto o terminal privado Porto Itapoá aportará R$ 300 milhões. O valor investido pela iniciativa privada será ressarcido até 2037, por meio de adicional de tarifas portuárias geradas com o aumento da movimentação de cargas após a conclusão da dragagem.
Além da economia para o setor produtivo, o projeto inclui melhorias na segurança da navegação. Uma curva acentuada no acesso ao canal será suavizada, o que reduzirá o número de manobras e o uso de rebocadores, otimizando ainda mais os custos operacionais.
Outro destaque da obra será o aproveitamento dos sedimentos retirados da dragagem. Estima-se a remoção de cerca de 12,5 milhões de metros cúbicos de material, parte dos quais será utilizado para o engordamento da faixa de areia das praias de Itapoá, que vêm sofrendo com a erosão costeira. Será a primeira vez no Brasil que uma dragagem portuária terá como destino o alargamento de uma praia, unindo desenvolvimento logístico com benefício ambiental e turístico.
O Complexo Portuário da Baía da Babitonga já responde por mais de 60% da movimentação de cargas de Santa Catarina. Em 2024, o Porto de São Francisco do Sul movimentou 17 milhões de toneladas, e o Porto Itapoá atingiu 1,2 milhão de TEUs — o equivalente a 14 milhões de toneladas, crescimento de 19% em relação ao ano anterior.
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Fonte: Visor Notícias
Sobre o autor:
Jessica Oliveira
Jessica Oliveira é jornalista formada pela Universidade do Planalto Catarinense, em Lages. Trabalhou na produção da Radio Massa FM do Grupo SCC e Band FM.
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