Denirson Paes, cardiologista de Recife, foi encontrado morto em junho de 2018, dentro de um poço na mansão onde vivia, segundo relato de “O Globo”. O corpo emergiu após um mês de buscas, quando investigadores foram alertados por um odor intenso emanando do poço, recentemente concretado. Inicialmente, Jussara Paes, ex-esposa de Denirson e principal suspeita, desviou as suspeitas ao informar à polícia que o cheiro provinha de um gato morto.
A complexidade do caso se aprofundou quando Jussara confessou o envolvimento no homicídio do médico, com auxílio do filho mais velho. Após registrar o desaparecimento do marido na delegacia, sua admissão veio à tona durante as investigações. Agora, ela e seus dois filhos, Daniel, de 25 anos, e Danilo, de 28, encontram-se em meio a uma intensa disputa judicial pela herança deixada por Denirson, avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões.
Separação pode ter sido o motivo do crime
O assassinato do cardiologista teve como pano de fundo um pedido de separação feito pela vítima no dia anterior ao crime, conforme informações do Ministério Público. Denirson tinha planos de deixar o lar familiar para iniciar uma nova vida com outra mulher, circunstância que a investigação aponta como o provável catalisador do homicído. Este detalhe surgiu durante o desenrolar das investigações e contribuiu para a construção do caso contra sua ex-esposa, Jussara Paes, e seu filho mais velho, Danilo.
Durante o inquérito, descobriu-se que Jussara contou com a ajuda do filho Danilo para executar o crime, embora ela tenha posteriormente assumido toda a responsabilidade, alegando que queria poupar o filho.
Áudios de WhatsApp analisados pela polícia revelaram que a relação entre Danilo e seu pai era bastante conflituosa. No julgamento, Jussara detalhou friamente como atraiu Denirson para a área externa da mansão, aplicou um golpe de mata-leão e o esfaqueou, antes de incendiar o corpo e descartá-lo no poço da propriedade.
Jussara foi condenada a 19 anos de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, enquanto Danilo foi absolvido devido à falta de provas conclusivas de seu envolvimento.
Briga por herança
Após a confissão de Jussara, o filho mais novo, Daniel, entrou com uma ação judicial declarando a mãe e o irmão mais velho, Danilo, como indignos de receber qualquer parte da herança.
Jussara, já condenada por homicídio qualificado, foi legalmente excluída da sucessão patrimonial. No entanto, devido ao casamento sob o regime de comunhão parcial, ela ainda reivindica direito a metade dos bens, que inclui aproximadamente R$ 1,5 milhão e a metade da mansão em Aldeia, Camaragibe, onde o crime foi cometido.
Daniel, profundamente afetado pelo trauma do assassinato do pai, revelou em depoimento o impacto psicológico severo causado pela tragédia, levando-o a buscar ajuda profissional.
Em 2023, ele obteve uma vitória legal ao ser indenizado em R$ 600 mil por sua mãe. Daniel também luta judicialmente para impedir que seu irmão mais velho, Danilo, absolvido anteriormente por falta de provas, tenha qualquer participação na herança.
Atualmente, Jussara está cumprindo sua sentença na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima, em Recife.
*Supervisionado por Everton Palaoro
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