Uma idosa de 62 anos deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com hematomas graves e ferimentos no corpo na manhã deste domingo (15). O caso aconteceu no bairro Cordeiros, em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina e chocou trabalhadores da unidade.
De acordo com a Polícia Militar, a idosa chegou até a unidade com hematomas nos olhos, aparentemente causados por socos, punho da mão direita machucado como se alguém tivesse empurrado e ela estivesse se apoiado com a mão, corte no antebraço direito onde tem uma possível fratura e os dois braços e duas pernas com muitos hematomas.
Pela avaliação médica, as lesões indicam agressões frequentes, por apresentar hematomas antigos e outros mais recentes. Quem teria levado a idosa até a unidade de saúde foi a filha da vítima, acreditando que a idosa estaria com o braço fraturado.
A profissional perguntou para idosa sobre os machucados e ela disse que acordou assim e não lembra o que aconteceu. Ao questionar a filha, ela justificou que trabalha durante o dia, então não sabe o que aconteceu.
De acordo com a médica, a vítima é lúcida, mas faz uso de medicamentos para ansiedade, depressão e insônia. O marido da idosa faz uso de bebida alcoólica.
Relato da idosa
A idosa então revelou à equipe médica que as inúmeras agressões teriam partido do então marido. Ela afirmou que o homem a agrediu, mas não lembra como foi. Disse que dormiu e quando acordou estava assim, contou ainda que o companheiro é alcoólatra e quando bebe fica agressivo.
Ao ser questionada se já teria contado sobre as agressões para algum dos dois filhos, a idosa revelou que ambos sabem, mas não fazem nada a respeito. Ela ainda contou que havia contado há cerca de quatro meses que o marido havia chegado em casa e a estuprado com um desodorante.
Ainda de acordo com a idosa, ela e o marido estão em processo de divórcio. Eles são casados há 35 anos, mas já tem alguns meses que dormem em quartos separados e, recentemente, começou a ter desconfianças de que o marido estava a traindo.
Versão da filha
Diante do relato, a Polícia Militar questionou a filha da idosa que a levou até a UPA. Ela defendeu o pai, afirmando que ele nunca havia sido agressivo e que estava surpresa em ver a mãe naquele estado. Ela ainda contou que a vítima faz uso de diversos remédios e que já havia tentado suicídio uma vez.
De acordo com ela, quando chegou em casa, a mãe estava caída no chão, então não sabe se os hematomas foram causados realmente pelo pai ou se a própria mãe não havia causado os ferimentos.
Ela ainda relatou que a idosa sempre foi agressiva na forma de falar, que xingava muito, tanto o esposo quanto os filhos. Já o pai apresentava comportamento tranquilo e pacífico, ficando calado diante das situações. Recentemente, a mãe teria descoberto que o marido teria ido a um bar com outra mulher. Diante da situação, a idosa teria quebrado diversos aparelhos eletrônicos do marido, depois comprou outros semelhantes e disse à filha que um relacionamento “é assim mesmo”.
Ela ainda contou que a idosa costumava cuidar do filho de seu irmão mais velho, de dois anos, mas há uma semana, o filho da idosa suspendeu os cuidados da mãe, pois a idosa teria mandado áudios ofensivos à mãe da criança, que irritaram a mulher. Após isso, a idosa ficou ainda mais irritada.
Ainda de acordo com a filha, o irmão não toma atitude em relação à situação da mãe e ela já não sabe mais o que fazer para ajudar a vítima. Relatou trabalhar o dia todo e quando está em casa, o pai é sempre calmo e respeitoso com a idosa.
Por fim, as duas apontaram um possível paradeiro do idoso. A Polícia Militar foi até o local e deu voz de prisão por violência doméstica, e apesar de estar embriagado, respeitou as ordens dos policiais e não precisou ser algemado.
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