Uma recente pesquisa realizada por especialistas de universidades dos Estados Unidos e Canadá, com apoio da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), trouxe novas preocupações sobre a geleira Thwaites, na Antártica, apelidada de “geleira do Juízo Final” ou “geleira do apocalipse”. O estudo, publicado no jornal científico “Proceedings of the National Academy of Sciences”, destaca que a geleira está sob um risco maior de derretimento do que previamente estimado.
As imagens de satélite usadas pelos pesquisadores revelaram que a Thwaites está sendo movimentada pelas marés mais intensas, que conseguem levantar a geleira e permitir a infiltração de água quente do oceano em sua base, por até 6 km de distância. Esse contato com a água mais quente torna a geleira mais vulnerável ao derretimento, um fenômeno que pode elevar o nível do mar em até um metro se a Thwaites colapsar completamente.
Christine Dow, coautora do estudo e professora da Faculdade de Meio Ambiente da Universidade de Waterloo, explica que o derretimento da Thwaites não só é preocupante por si só, mas também porque pode influenciar todo o sistema da camada de gelo antártica, elevando significativamente o nível dos oceanos. Ainda não está claro com que rapidez esse processo pode acontecer, mas os cientistas alertam para a necessidade de monitoramento contínuo.
O contexto global de aquecimento é alarmante. Em 2023, a extensão de gelo marinho na Antártica alcançou o menor nível já registrado, resultando em um aumento acelerado do nível do mar. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (WMO), a elevação do nível do mar nas últimas décadas tem sido duas vezes mais rápida em comparação com a primeira década de medições (1993-2002).
As consequências desse derretimento são devastadoras para comunidades em todo o mundo. Projeções indicam que um quinto de Bangladesh pode ficar submerso, enquanto ilhas no Pacífico enfrentam o risco de desaparecer. Grandes cidades costeiras, incluindo Miami e Nova York, também estão vulneráveis a inundações.
No Brasil, a situação não é menos grave. Uma análise da Nasa aponta que 293 cidades portuárias globais, incluindo Rio de Janeiro, Recife e Belém, serão afetadas pelo derretimento das massas de gelo ao longo do processo. Este estudo ressalta a urgência de ações climáticas para mitigar os impactos futuros e proteger as regiões mais vulneráveis.
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