Um levantamento inédito do Instituto Alana, com dados do MapBiomas e análise da Fiquem Sabendo, revelou que 25% das escolas de Florianópolis não possuem áreas verdes. Essa carência, que afeta diretamente o aprendizado e o bem-estar das crianças, é ainda mais preocupante quando somada à ausência de praças ou parques em regiões próximas a 31,4% dessas instituições.
Para muitas crianças, a escola é o principal espaço de contato com a natureza, essencial para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Estudos científicos mostram que áreas verdes melhoram indicadores como imunidade, memória, sociabilidade e alívio do estresse. Sem esse acesso, as crianças ficam confinadas em ambientes internos, muitas vezes expostas ao excesso de telas.
A pesquisa revelou um forte vínculo entre a falta de áreas verdes, desigualdades sociais e raciais. Cerca de 90% das escolas em áreas de risco climático estão localizadas em um raio de até 500 metros de favelas ou comunidades urbanas. Além disso, 51% dessas instituições atendem majoritariamente alunos negros, enquanto apenas 4,7% das escolas em áreas mais verdes têm a mesma composição racial.
Em termos climáticos, escolas com maioria de alunos negros estão, frequentemente, em regiões com temperaturas 3,57°C acima da média, enquanto apenas 16,5% das escolas com maioria de alunos brancos enfrentam esse mesmo problema.
A situação é mais crítica na educação infantil, onde 43,5% das escolas brasileiras não têm áreas verdes. Em Florianópolis, 20% das instituições estão localizadas a mais de 500 metros de praças ou parques. Curiosamente, as escolas públicas superam as privadas nesse quesito: 31% das públicas têm mais de 30% de áreas verdes, contra apenas 9% das particulares, mostrando um caminho promissor para políticas públicas.
O Instituto Alana defende a transformação das escolas em espaços verdes e resilientes para enfrentar eventos climáticos extremos, como ondas de calor e enchentes. “A natureza deve ser fonte de saúde e aprendizado, não uma ameaça”, afirma JP Amaral, gerente de Natureza do instituto.
Propostas incluem a implementação de jardins de chuva, captação de água, compostagem e restauração da vegetação nativa. Essas medidas aumentam a biodiversidade, equilibram o clima e promovem benefícios para a saúde física e mental das crianças.
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