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Empresa de investimento imobiliário de SC é suspeita de golpe de R$ 1 bilhão em 3 mil pessoas

Dono da empresa morreu em um acidente de moto em maio; caso é investigado pela DEIC e MPSC

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Foto: Júnior Lara/Visor Notícias

Uma empresa de investimentos patrimoniais e imobiliários está sendo investigada por suspeita de aplicar golpes que totalizam quase R$ 1 bilhão em empresários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Ao todo, são 2.240 pessoas que enfrentam prejuízos por conta da VR Investimento Patrimonial. Essa empresa, localizada em São José, na Grande Florianópolis, prometia rendimento de 3,3% ao mês e atraiu essas pessoas em busca de terem ganhos maiores com a aquisição de cotas imobiliárias.

Por conta desse valor, oferecido pela VR, os cotistas depositavam na conta da empresa entre R$ 10 mil até R$ 30 mil todo mês. Entre às vítimas, está um empresário de Itapema, que prefere não ser identificado. Ele repassou um total de R$ 400 mil. Mas, há valores ainda maiores como R$ 900 mil, R$ 675 mil de outros empresários.  

O empresário Inácio Pereira de Lima foi uma das vítimas. Ele contabilizou um prejuízo de R$100 mil. Morador de São Paulo ele possui investimentos em imóveis em Itapema e Balneário Camboriú.

“Conheci a VR através do meu network e um amigo me indicou o representante. Essa pessoa nos explicou sobre os investimentos e acabei fazendo a adesão com R$ 100 mil. Depois, recebi a notícia, que o proprietário da empresa havia falecido, e começou a desencadear todas essas histórias da VR. Analisando friamente, foi um golpe isso que aconteceu com nós cotistas. Na minha opnião essa empresa tem característica de pirâmide financeira, onde a parte maior da pirâmide, que são os primeiros investidores, receberam rendimentos maiores. Já os mais novos, como eu, penso que nossos valores serviram para custear os pagamentos desses cotistas”, comenta.

Advogado de Itapema representa grupo de empresários

Representando um grupo de vítimas, incluindo Inácio Pereira, o advogado Dr. Célio Nery, de Itapema, explica que a VR oferecia a opção dos cotistas sacarem o valor de rendimento todo mês. Porém, no início de 2024, os clientes perceberam que não conseguiam mais ter acesso aos valores, e desde então, não obtiveram mais retorno sobre a situação.

“Fiquei assustado quando chegaram alguns clientes falando o que aconteceu. Márcio Ramos, tinha uma boa aparência e se apresentava de uma forma séria. Foi assim que ele conseguiu iludir essas pessoas. Tudo seguia tranquilamente até que neste ano, a empresa parou de pagar os rendimentos. O problema é que muitas pessoas aportaram os recursos de uma vida inteira e estão desesperadas com a situação”, diz.

Essa história, do suposto golpe, já está sendo acompanhada até mesmo pelo Ministério Público de Santa Catarina. Além disso, há suspeitas de que diversos imóveis em Itapema e região, adquiridos pela empresa VR, foram transferidos para outros nomes de forma suspeita.

“Estamos fazendo levantamento para ver se nas construtoras da região ele tem algum ativo, patrimônio e apartamento que ele comprou e não foi transferido. Porque checamos e ele transferiu outros imóveis para nomes de terceiros”, destaca.

A história, sobre a VR, também envolve a morte recente do proprietário da VR, Márcio Ramos. No dia 16 de maio, ele morreu após bater a moto em um muro em Florianópolis. A empresa chegou a publicar uma carta aberta aos colaboradores e clientes referente a situação.

A nota lamenta a morte do CEO e também fala que por conta desse ocorrido, a equipe jurídica teve dificuldades de acesso às informações e análise da real situação financeira da empresa. O problema é que para as vítimas essa morte foi repentina e alguns acreditam até em teorias que ele forjou a própria morte.

Advogado da VR se manifesta sobre o caso

Responsável pela defesa da VR, o advogado Ângelo Coelho, explicou a situação para o Visor Notícias. Ele contou que assumiu o caso e iniciou o processo de inventário após a morte do proprietário. O fato, inclusive, chegou a ser questionado por algumas das vítimas, que alegam a possibilidade de ter sido fraude. Porém, o advogado esclareceu que teve acesso até mesmo o laudo da autopsia de Márcio Ramos. 

“Todas as medidas que estou tomando em função da VR estão dentro do processo. Sobre a morte do Márcio, eu quero dizer para essas pessoas que fiz o processo de inventariante. E para isso, obrigatoriamente tem que ter certidão de óbito, auto de necropsia e toda documentação de certidões, incluindo o laudo da necropsia. Tudo isso foi colocado nesse processo de inventário e também no processo de recuperação. Despois dessa medida, tinha que saber quais eram os reais negócios do Márcio, qual era a atividade operacional. Constatei investidores nas cotas de participações, recebendo remuneração do capital. Inclusive, já tinha uma auditoria que havia apontado para o Márcio que o negócio dele não conseguia mais girar na proporção do pagamento de juros aos cotistas e que o valor era incompatível com mercado”, destaca.

Processo de recuperação judicial foi aberto

Especialista na área de recuperação judicial, Ângelo Coelho, do escritório de advocacia de Porto Alegre (RS), Mazzardo & Coelho, explica que abriu processo de recuperação judicial. Esse procedimento, inclusive, é previsto em lei e tem como principal objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira. Outra ação foi montar um canal no Telegram para facilitar o contato com os cotistas e informar a situação mais rápido sobre o caso.

Sobre bens da VR, Coelho localizou dois empreendimentos, um deles está em Bombinhas, com 70% de obra concluída e outro é um hotel que começou a ser construído em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis. Segundo informou o advogado, juntos os dois empreendimentos equivalem a um VGV (Valor Geral de Venda) de R$ 900 milhões, que será usado pela VR para quitar as 2.440 vítimas.

“Obtive informações de dois empreendimentos e são negócios adquiridos por ele via contratado. Eu coloquei isso como patrimônio e blindei essas operações. A Lei de Recuperação protege esses empreendimentos e beneficiam os credores porque ela não comunica a situação com passivos trabalhistas. Pelo que observei a VR não tem passivos trabalhistas e nem tributários. Esses projetos, segundo os especialistas, na recuperação judicial, que vão escrever o projeto, dizem que atingem o VGV que seria suficiente pra quitar os credores”, finaliza.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Em nota, enviada ao Visor Notícias, a Polícia Civil disse que a delegacia de São José encaminhou todos os Boletins de Ocorrência registrados sobre a VR para o Departamento Estadual de Investigação Criminal (DEIC), que ficará responsável pelo andamento da investigação.

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Fonte: Visor Notícias

Sobre o autor:
Brunela
Brunela Maria
Brunela Maria é jornalista desde 2011 e formada pelo Centro Universitário IESB, em Brasília. Trabalhou no Notícias do Dia, em Florianópolis e na Record TV Brasília. Atua como repórter no portal Visor Notícias e também na WebTV desde 2019.

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