A Aldeia Tekoá Tavaí, localizada em Canelinha, na Grande Florianópolis, é o palco de uma nova produção audiovisual catarinense: o documentário “O Despertar do Sol”, dirigido por Marcelo Benite (Nhamandu Papa). O filme aborda a resistência dos povos indígenas, em especial os Guarani Mbyá, na preservação dos saberes ancestrais e da biodiversidade. As gravações começaram durante o fim de semana, em uma vivência imersiva que reuniu indígenas e não indígenas para atividades culturais, como música, dança tradicional e rodas de conversa.
A produção, contemplada pelo edital da Lei Paulo Gustavo e com apoio da Prefeitura de Canelinha, busca promover a conscientização sobre a importância da preservação da natureza e do respeito aos saberes ancestrais dos povos indígenas. O envolvimento de participantes de diferentes origens acrescentou autenticidade ao projeto, criando um espaço de colaboração entre as comunidades e reforçando a mensagem de respeito mútuo e preservação ambiental.
O documentário está previsto para ser lançado em outubro e deve seguir com as gravações nos próximos dias. O projeto se destaca em um contexto crítico para o Brasil, que enfrenta desafios ambientais graves, como o aumento das queimadas e do desmatamento. Nesse cenário, iniciativas como “O Despertar do Sol” ganham ainda mais relevância ao enfatizar a importância das áreas indígenas protegidas, que desempenham um papel crucial na preservação de florestas e na oferta de serviços ecossistêmicos essenciais, como a purificação do ar e a regulação climática.
Sabedoria ancestral e preservação ambiental
A cultura Guarani Mbyá, que inspira grande parte do filme, ensina que a preservação da terra e da cultura são inseparáveis. Para esse povo, a natureza e o espírito estão profundamente conectados, e “O Despertar do Sol” pretende evidenciar esse modo de vida respeitoso, no qual a terra é vista como uma entidade viva, que deve ser cuidada e respeitada, não apenas como um recurso a ser explorado.
“A sabedoria ancestral dos Guarani Mbyá oferece uma visão alternativa e necessária diante da crise climática que vivemos”, comenta Marcelo Benite, diretor do documentário. Ele reforça que, para os Guarani Mbyá, a preservação da natureza está intrinsecamente ligada à sobrevivência da humanidade: “Quando falamos na natureza, primeiramente temos que respeitar cada elemento. Os ensinamentos sempre nos dizem para proteger e respeitar. Nós, povo Guarani Mbyá, sempre buscamos não poluir, não desmatar, porque sabemos que o oxigênio que respiramos vem da natureza. Por isso, vamos sempre respeitar a mãe natureza”.
Projeto Tekoá Tavaí e seu impacto na comunidade
Além do documentário, o projeto Tekoá Tavaí desempenha um papel importante na preservação cultural e ambiental da comunidade local. O blog do coletivo oferece uma visão mais profunda sobre o trabalho realizado, destacando as iniciativas de resistência e a busca pela sustentabilidade por meio do conhecimento tradicional. A produção do filme também se conecta com o trabalho contínuo de conscientização e de promoção da harmonia entre os povos indígenas e o meio ambiente.
“O Despertar do Sol” é mais que um documentário; é uma chamada para a preservação da sabedoria ancestral, destacando a luta dos povos indígenas por suas terras e seus direitos. Em um país marcado por intensos desafios ambientais, o filme reforça que a preservação das áreas indígenas não é apenas uma questão de proteção de territórios, mas uma estratégia vital para a sobrevivência do planeta.
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