A rotina dentro da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, vai além do que muita gente imagina. Todos os dias, cerca de 500 detentos acordam cedo para trabalhar em fábricas que funcionam dentro da própria unidade. O presídio abriga 1.326 presos e é conhecido por receber pessoas com penas mais altas e consideradas perigosas.

Cinco empresas atuam dentro da penitenciária, oferecendo vagas em áreas como montagem de eletrônicos, metalurgia, embalagens, agricultura e alimentação. Em uma delas, que atua com tecnologia, mais de 180 presos ajudam na montagem de equipamentos vendidos em todo o Brasil.

Os detentos recebem um salário mínimo. Parte do valor vai para uma poupança, outra parte pode ser enviada para a família e 25% são usados para cobrir custos com a estadia no presídio. Em 2024, o trabalho dos presos gerou R$ 28 milhões para o sistema prisional catarinense, valor que é reinvestido na própria estrutura dos presídios.

O governador Jorginho Mello destacou que o modelo catarinense é um dos motivos pelos quais o estado é considerado um dos mais seguros do país. “O trabalho ajuda na ressocialização e também na segurança. Só pode trabalhar quem tem bom comportamento”, afirmou.

Segundo a secretária estadual da Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim Silva, preparar os presos para o mercado de trabalho é essencial. “Eles vão sair em algum momento. Quanto mais preparados estiverem, melhor para toda a sociedade”, disse.

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