O prédio Burj Khalifa, que possui 828 metros e é o maior do mundo, poderá perder o cargo. Isso porque começou a ser construído o Jeddah Tower, que terá ao todo 200 andares e deverá ultrapassar 1.008 metros, além de consumir 515 mil m³ de concreto. Esse prédio ficará na segunda maior cidade da Arábia Saudita, em Gidá e foi planejado para suportar tempestades de areia, ventos e outras situações existentes no deserto. Até o momento só tem 1/4 da obra, que tinha prazo para ser inaugurada final de 2020, mas, a pandemia e questões técnicas atrasaram o empreendimento.
Jeddah Tower terá mais de 515 mil m³ de concreto e 80 mil toneladas de aço, terá como custo estimado US$ 1,23 bilhão, cerca de R$ 6,61 bilhão. Além dos estudos, o prédio terá um projeto arquitetônico inédito, uma vez que para edifícios dessa altura, os projetos e materiais tradicionais, não funcionam. Um exemplo é a carga do vento, que para resistir foi necessário fazer o design do prédio mudar ao longo dos andares, para permitir que o vento circule pelo prédio e não o derrube.
O prédio será tão alto que ultrapassará as nuvens e será um edifício misto e terá espaço para um condomínio com vários apartamentos para moradia e um centro comercial, um hotel e áreas para escritórios, e a atração turística deverá ocorrer no observatório com mirante, a quase 700 metros de altura. O conceito de sua torre lembra uma planta do deserto que brota com uma folha e com o seu crescimento surgem outras. Dessa forma ao longo da torre há 3 recortes que são andares de estrutura única que se separam a fim de que o vento passe por eles, garantindo sua estabilidade.
Também haverá no interior da torre 12 escadas rolantes e 59 elevadores sendo que alguns terão velocidade acima de 60 km/hora. E contará com poderosos sistemas de ar condicionado, que junto com vidros especiais ajudarão melhorar a climatização e dispersar boa parte dos raios solares.
E também terá sistemas contra incêndios, contará com sistema elétrico refrigerado, galerias de contenção que possuem sistemas de eletricidade e hidráulicos próprios, e sistemas de comunicação e enfermaria. Essas galerias servem para conter um grande número de pessoas enquanto outras são retiradas rapidamente no prédio.
Como está a torre atualmente?
Cerca de 1/4 da torre já está construída, chegou a ser paralisada em 2018 e há expectativa de retomada da construção ainda nesse ano de 2021. Além dos desafios técnicos de uma obra tão imensa, a pandemia impactou na prioridade dos recursos financeiros, uma vez que foram destinados para combater a doença.
Os recursos para viabilizá-la reduziram sensivelmente por causa de outras prioridades para combater a doença. Além disso, um de seus incorporadores é a Bill Gate’s Cascade Investment Management, com 47,5% de participação. A empresa leva o nome de Bill Gates, o 3º homem mais rico do mundo. O problema é que o multibilionário mudou o foco: passou a investir em projetos com baixa emissão de carbono, o que não é o caso da Jeddah Tower.
Mesmo com a obra praticamente interrompida, a estrutura já construída é superlativa. Possui 270 estacas de concreto armado com 1,8 metro de diâmetro e resistência de 115 MPa, que atingem até 105 metros de profundidade. Elas sustentam uma fundação em formato de jangada, também em concreto armado, com 5 metros de espessura. Esse conjunto foi projetado para suportar uma carga de 860.000 toneladas.
Outra característica do edifício é que ele não possui pilares. Como o desenho arquitetônico lembra um “Y”, o Jeddah Tower tem um núcleo de concreto de onde partem paredes de concreto com resistência de 85 Mpa, e que formam o corpo da estrutura. Com a tecnologia de paredes de concreto, os projetistas estimavam que poderiam consolidar um pavimento a cada 14 dias. No entanto, os primeiros 25 andares avançaram ao ritmo de 1 pavimento a cada 35 dias.
Além da Bill Gate’s Cascade Investment Management, a incorporação do edifício também tem a participação da Jeddah Economic Company. Já a empreiteira responsável pela execução é a Saudi Binladin Group. Há ainda um pool de empresas britânicas, alemãs e norte-americanas ligadas ao projeto, para fornecer tecnologias que serão agregadas à construção. No auge da obra, entre 2015 e 2017, o canteiro de obras do Jeddah Tower chegou a empregar 9 mil trabalhadores da construção civil.
O diretor do escritório Thornton Tomasetti, Robert Sinn – responsável pelo projeto estrutural do prédio -, confirma que atualmente é impossível estabelecer uma data para a conclusão da obra. “O projeto da torre foi interrompido há cerca de dois anos, mas temos esperança de que recomece este ano (2021)”, comenta. Para não dizer que a construção está 100% paralisada, o projeto de urbanização em torno da edificação segue em andamento, mas em ritmo lento. Estima-se que a produtividade do canteiro de obras, na comparação com o que seria se o Jeddah Tower estivesse em execução plena, não chegue a 10%.
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Fonte: Visor Notícias
Sobre o autor:
Brunela Maria
Brunela Maria é jornalista desde 2011 e formada pelo Centro Universitário IESB, em Brasília. Trabalhou no Notícias do Dia, em Florianópolis e na Record TV Brasília. Atua como repórter no portal Visor Notícias e também na WebTV desde 2019.
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