O número de pessoas infectadas com coqueluche em Santa Catarina em 2024 já é seis vezes maior do que a quantidade registrada no ano passado. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), até julho deste ano, 12 pessoas foram confirmadas com a doença, comparado a apenas duas ao longo de 2023. Este aumento acende um alerta para a vacinação no estado.
A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença infecciosa altamente transmissível que afeta as vias respiratórias. Causada pela bactéria Bordetella pertussis, a coqueluche provoca crises de tosse seca e falta de ar. A transmissão ocorre por meio de gotículas liberadas ao tossir, espirrar ou falar.
Os sintomas iniciais da coqueluche são semelhantes aos de um resfriado, incluindo febre, tosse, coriza, dores no corpo e cansaço. Se não tratada, a tosse pode se intensificar, resultando em episódios severos e descontrolados. “A tosse se prolonga, chegando ao ponto da pessoa tossir intensamente e depois precisar inspirar profundamente, conhecida popularmente como tosse guincho,” explica Gisele Barreto, enfermeira da Dive.
Metade dos infectados em 2024 são da região do Vale do Itajaí, com seis casos confirmados. A Grande Florianópolis registra quatro infectados, enquanto Joinville, no Norte do Estado, contabiliza um caso. A doença acomete principalmente crianças e lactantes até seis meses. Em 2024, quatro bebês com menos de um ano foram infectados, além de cinco adolescentes.
Número e Perfil dos Casos de Coqueluche em SC em 2024:
- Masculino – 4 meses – Florianópolis
- Masculino – 2 meses – Paulo Lopes
- Feminino – 36 anos – Paulo Lopes
- Feminino – 10 anos – Blumenau
- Feminino – 15 dias – Timbó Grande
- Feminino – 13 anos – Luís Alves
- Masculino – 12 anos – Joinville
- Feminino – 42 anos – São José
- Masculino – 15 anos – Gaspar
- Feminino – 14 anos – Rodeio
- Masculino – 13 anos – Blumenau
- Feminino – 1 ano – Canelinha
Vacinação:
Os imunizantes contra a coqueluche fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis nos postos de saúde do estado. João Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive, enfatiza a importância da vacinação: “A vacinação da gestante tem o objetivo de proteger a criança até um ano. Precisamos avançar na vacinação de todas as pessoas com indicação da vacina, considerando que muitos países vêm registrando aumento de casos em 2024, e a vacinação continua sendo a melhor estratégia para combater a doença.”
Esquema de Vacinação:
- Vacina pentavalente: Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B
- Crianças: 1ª dose (2 meses), 2ª dose (4 meses), 3ª dose (6 meses)
- Vacina DTP: Previne difteria, tétano e coqueluche
- Reforço: 15 meses e 4 anos
- Vacina dTpa: Previne difteria, tétano e coqueluche
- Gestantes: Cada nova gravidez
- Profissionais de saúde: A cada 10 anos
Mesmo com o resgate das coberturas vacinais, a vacina pentavalente, que protege contra a coqueluche, atingiu 86,36% de cobertura acumulada até maio de 2024 em Santa Catarina, abaixo da meta anual de 95%.
O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica no início de junho, alertando sobre a importância da vacinação contra a coqueluche, após o último surto da doença ocorrido em 2014 no Brasil.
Sintomas:
- Fase inicial (leve): Mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca, febre baixa
- Fase avançada: Tosse severa e descontrolada, dificuldade respiratória, crises de tosse que podem provocar vômito ou cansaço extremo
Os sintomas da coqueluche podem durar entre seis a 10 semanas ou mais, dependendo do quadro clínico. Na suspeita da doença, procure um serviço de saúde mais próximo.
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