Com 391 cobradores ativos, a Prefeitura Municipal de Blumenau está considerando um projeto para reduzir a presença desses profissionais nas linhas de ônibus.
Segundo o secretário de Trânsito e Transportes, Alexandro Fernandes, um projeto será apresentado em breve ao Legislativo, visando reestruturar a função dos cobradores, requalificando e adaptando às mudanças tecnológicas e operacionais. A legislação atualmente exige dois funcionários por ônibus (motorista e cobrador), mas com os avanços na bilhetagem eletrônica, questiona-se a necessidade de manter essa configuração em todas as linhas.
O plano da prefeitura, desenvolvido em conjunto com a BluMob, a empresa responsável pelo transporte coletivo, visa estudar modelos de outras cidades que já adotaram estratégias similares, como Joinville. A proposta é submeter essa discussão à sociedade para definir um direcionamento a partir do próximo ano.
Inicialmente, estima-se que entre 30% e 40% das linhas de ônibus não demandem a presença de cobradores, especialmente em horários de menor fluxo de passageiros. Cerca de 90% dos usuários já utilizam a bilhetagem eletrônica, e os custos com os cobradores ultrapassam os R$ 15 milhões para o sistema.
Apesar de não ser uma demissão em massa imediata, o plano prevê uma reorganização gradual ao longo de alguns anos, visando oferecer melhores condições aos profissionais e redirecionar os investimentos futuros. O secretário destaca a importância de readequar esses trabalhadores para outras atividades, mantendo o atendimento ao público.
Porém, o Sindetranscol, representante dos empregados do transporte coletivo, expressa preocupação. O presidente, Osnir Schmitt, afirma que retirar os cobradores pode afetar a qualidade do transporte, gerando atrasos e impactando negativamente os usuários. O sindicato não foi consultado sobre o assunto e se opõe à retirada de mais trabalhadores do sistema, considerando a perda de cerca de 200 postos de trabalho durante a pandemia.
O debate entre a prefeitura e o sindicato destaca a necessidade de equilibrar as mudanças tecnológicas e operacionais com o impacto no serviço oferecido aos usuários e na segurança laboral dos profissionais envolvidos.
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