Uma mancha alaranjada na orla da Prainha, em Florianópolis, chamou a atenção de pesquisadores, moradores e órgãos ambientais nesta terça-feira (16). Segundo o professor e pesquisador da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Paulo Horta, trata-se do acúmulo de uma alga, causado pela combinação de chuva forte, poluição e saneamento básico precário.
Detalhes do fenômeno
Técnicos da Capitania dos Portos, da Marinha Brasileira, e do Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina foram ao local para verificar a situação. Após coletar amostras do mar, Horta explicou que a mancha laranja que contornava a orla é resultado de uma floração de algas, especificamente a Noctiluca sp, que não é nociva à saúde humana.
“A gente está vendo uma floração de algas, organismos microscópicos que podemos chamar de plantinhas do mar. Eles se aproveitam de condições que normalmente acontecem quando o ambiente está poluído e começam a crescer, se reproduzir e transformam a paisagem, pintando o mar”, explicou Horta. Moradores relataram ter visto a mancha na água desde segunda-feira.
Alerta do pesquisador
Paulo Horta ressaltou que a presença dessa alga indica problemas ambientais significativos. “Ela indica que temos problemas. Não problemas diretos. A alga, quando produz toxinas em excesso, pode contribuir para a falta de oxigênio desse ecossistema. Ou seja, isso é ruim para a pesca, para a maricultura e para o próprio turismo”, afirmou.
A combinação de chuva, poluição e saneamento básico inadequado pode favorecer o crescimento de algas mais tóxicas, ameaçando banhistas e a vida marinha. “Quando vem a chuva e o sistema de saneamento básico não está adequadamente preparado, aquele excesso de matéria orgânica e nutrientes dissolvidos nas fossas, na tubulação, nos sistemas de tratamento, vem para o oceano e funciona como um fertilizante, favorecendo o crescimento dessas algas. E, nesse caso, pode sim levar a grandes prejuízos ambientais, sociais e econômicos”, alertou.
Apesar do alerta, Horta enfatizou que a alga encontrada é a menos perigosa. “Temos espécies no oceano que matam uma pessoa com uma gota. Então, a gente está brincando com coisa séria”, completou. A cor laranja deve permanecer por cerca de dois dias, segundo o pesquisador.
Ação do IMA
O IMA afirmou que após a coleta de amostras, o material será encaminhado para análise técnica pela equipe da Coordenadoria Regional do Meio Ambiente (Codam) do IMA, em Itajaí. O órgão deve emitir uma nota técnica com as informações constatadas na análise da amostra ao longo desta semana.
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