Um trágico incidente envolvendo um leão-baio ocorreu na SC 112, na localidade do Rio da Veada, interior do município de Rio Negrinho. O animal foi atropelado por uma caminhonete por volta das 19h30 do último sábado (20), enquanto tentava atravessar a rodovia.

Testemunhas no local relataram que o leão-baio, uma espécie de puma comum na região, foi surpreendido pelo veículo em movimento. O impacto foi fatal para o animal, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Além do atropelamento, o leão baio teve uma de suas patas cortadas e removida por uma pessoa não identificada antes da chegada das autoridades.

O corpo do leão baio foi recolhido no dia seguinte, domingo (21), e entregue a um médico veterinário especializado em resgate de animais. O profissional lamentou o ocorrido e destacou a importância de dirigir com mais cautela nas rodovias que cortam áreas de habitat natural da fauna local.

As autoridades estão investigando o atropelamento e a subsequente mutilação do animal. Apelam à comunidade local por informações que possam levar aos responsáveis pelos atos.

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Leão-baio enfrenta risco de extinção:

O leão-baio, ou puma concolor, nativo de Santa Catarina, é uma espécie que tem despertado preocupação entre os especialistas em conservação devido às ameaças que enfrenta, colocando-a em risco de extinção na região. Mauricio Eduardo Graipel, biólogo e técnico do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LAMAQ), destaca a importância ecológica e as características únicas deste felino.

Importância ecológica e características do Leão-Baio

Como maior predador remanescente no estado, o leão-baio desempenha um papel crucial no equilíbrio dos ecossistemas locais. “Como predador de topo da cadeia alimentar, o leão-baio exerce um efeito em cascata sobre outras espécies, influenciando sua composição e comportamento”, explica Graipel. A presença deste felino ajuda a manter as populações de outras espécies equilibradas, o que beneficia diretamente o ambiente humano próximo.

Desafios e ameaças

O principal desafio para a sobrevivência do leão-baio é a perda de habitat natural, exacerbada pela expansão urbana e práticas agrícolas que reduzem seu espaço de vida. A caça ilegal e a perseguição devido a conflitos com rebanhos domésticos também contribuem significativamente para a diminuição de suas populações. “Áreas próximas a Unidades de Conservação não deveriam permitir a criação extensiva de ovelhas, pois isso aumenta a vulnerabilidade aos ataques de predadores”, aponta Graipel.

Medidas de Conservação

Várias iniciativas de conservação estão em curso para proteger o leão-baio e seu habitat. A criação de Unidades de Conservação e a aplicação de leis de proteção ambiental, como a Lei da Mata Atlântica e o Código Florestal, são fundamentais. Essas medidas proporcionam áreas protegidas onde o leão-baio pode viver e prosperar livremente.

Engajamento comunitário e pesquisa científica

A conscientização e o engajamento da comunidade são essenciais para a conservação do leão-baio. Graipel enfatiza a importância de campanhas educativas e atividades que envolvam a comunidade, especialmente as escolas. Além disso, as pesquisas científicas desempenham um papel crucial na conservação, fornecendo dados necessários para o manejo adequado da espécie e a proteção de seu habitat.

População atual e distribuição

Graipel estima que existam cerca de 4 mil leões-baios na natureza em todo o Brasil, principalmente em áreas preservadas ao longo das serras do Mar e Geral e no Planalto Serrano em Santa Catarina. Estes dados são vitais para a elaboração de estratégias de conservação eficazes e para sensibilizar a sociedade sobre a importância deste magnífico felino para a biodiversidade local.

Através dessas ações coordenadas entre pesquisa, legislação e envolvimento comunitário, Santa Catarina luta para garantir que o leão-baio continue a ser uma parte vital de seus ecossistemas naturais.

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