“Nessa casa há um demônio, saiam ou eu vou matar”, disse hipster da Federal antes de morrer
Policial federal Lucas Valença levou um tiro no peito e morreu após invadir uma fazenda
às 15h09m Autor Brunela Maria
“Nessa casa há um demônio. Saiam todos de dentro, senão vou entrar e matar”, disse o policial federal Lucas Valença, antes de ser baleado e morrer ao tentar invadir a residência de uma fazenda, em Buritinópolis, Goiás. Conhecido como ‘Hipster da Federal’, ele ameaçou matar as pessoas da casa e o morador acabou atirando. O tiro matou o agente no local.
Segundo informações da Polícia Civil, o crime ocorreu na noite de quarta-feira (2), por volta das 23h30. “Segundo relatos do autor, ele estava em casa com a filha e a esposa, quando começou a ouvir gritos do lado de fora. A vítima (Lucas) dizia: ‘Saiam todos de dentro de casa, senão vou entrar e matar'”, detalhou Adriano Jaime Carneiro, delegado plantonista da Delegacia Regional de Posse (GO). No boletim registrado como homicídio, o dono da fazenda também contou que Lucas gritou diversos xingamentos e disse que “naquela casa havia um demônio.”
O policial federal teria desligado a energia da propriedade e arrombado a porta da casa. Nesse momento, o dono da fazenda alertou que estava armado, contou o delegado, mas Lucas não parou. “O autor desferiu um único tiro, depois do tiro, a vítima começou a gritar que era policial. Nesse momento, o autor ligou para a Polícia Militar solicitando uma ambulância”, completou Carneiro.
Ao religar a energia, o dono da propriedade percebeu que havia atingido Valença no peito. O agente da PF foi socorrido, mas morreu no local. O dono da fazenda foi encaminhado à delegacia, onde foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo. A arma utilizada no caso era originalmente de pressão, mas foi alterada para calibre 22.
Segundo a polícia, o homicídio será apurado por meio de inquérito policial, já que pela circunstancias do fato seria por legítima defesa. O fazendeiro pagou fiança de R$ 2 mil e está em liberdade aguardado a conclusão da investigação. ‘Hipster da Federal’
Lucas nasceu em Goiás, mas morava em Brasília. Ele ficou famoso em 2016, ao aparecer escoltando o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), réu na Operação Lava-Jato. Na época, o sucesso do policial nas redes sociais foi tanto que ele ganhou até um boneco no carnaval de Recife, em 2017.
O último caso emblemático que Lucas atuou foi na caçada ao criminoso Lázaro Barbosa, em Cocalzinho (GO), em junho de 2021. Ele estava entre os 270 policiais do DF que fizeram parte da megaoperação. Lucas ficou conhecido como “hipster da Federal” por causa da aparência, barba cheia e cabelos longos presos em coque. Amigos e familiares lamentaram a morte do policial na última foto postada por ele no Instagram. “Poxa, meu irmão, que notícia destruidora foi essa, um cara fantástico, tantos sonhos, um grande amigo, guardarei todas as lembranças em meu coração para sempre”, escreveu um amigo. “Voce foi meu líder e amigo quando precisei. Descanse em paz e fará falta aqui”, disse outra pessoa.
Na rede, 111 mil pessoas seguem o policial, mas apesar dos milhares de fãs na rede social, o agente não fazia posts frequentes havia meses.
Fonte: Visor Notícias
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