O consumo excessivo de sódio no Brasil é uma das principais causas de doenças como hipertensão arterial sistêmica, obesidade, infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral e insuficiência renal crônica. Todos os anos, somente em razão de doenças cardiovasculares, morrem 300 mil brasileiros, segundo o Ministério da Saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2 gramas de sódio por dia, menos de uma colher de chá rasa, mas, de acordo o Ministério da Saúde, os brasileiros consomem atualmente mais do que o dobro desta quantidade.
Além da perda de vidas, o consumo de alimentos com alto teor de sódio eleva o gasto financeiro nas redes pública e privada de Saúde, haja vista o alto custo de medicamentos e procedimentos usados no tratamento dos pacientes, como hemodiálises, implantes de stents e transplantes de rim e coração, entre outros.
Para tentar reduzir essa situação, o senador Paulo Bauer apresentou esta semana no Senado um projeto de lei (PLS 392/2018) que torna obrigatória a rotulagem dos alimentos industrializados com alto teor de sódio. A lista inclui carnes processadas, como presunto, mortadela e bacon, defumados e peixe enlatado, temperos prontos, salgadinhos industrializados e de lanchonete, como chips, amendoins, quibe, pastel e coxinha) e fast-food, como pizzas, hambúrgueres e batatas fritas.
“É fundamental o papel do poder público em implementar medidas que proporcionem efetiva redução do consumo de alimentos com alto teor de sódio. A advertência nas embalagens dará ao consumidor mais condições de escolher alimentos mais saudáveis e estimulará a indústria a reduzir os níveis de sódio em seus produtos, conforme recomendam várias autoridades de saúde, como a Organização Mundial de Saúde”, ressalta o senador Paulo Bauer.
O projeto do senador Paulo Bauer já está tramitando na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em caráter terminativo, ou seja, uma vez aprovado pelo colegiado, não precisa passar pelo Plenário e segue direto para a Câmara dos Deputados.
Participação popular
O projeto é mais uma proposta apresentada pelo senador Paulo Bauer com base na sugestão de um cidadão catarinense, ou melhor, por uma cidadã. Voluntária na Associação Renal Vida de Blumenau, a empresária Kelly Graff conhece bem a dura realidade de pacientes que sofrem de insuficiência renal crônica.
“Sou transplantada há seis anos e fiz um tratamento de hemodiálise durante dois anos. Hoje sou voluntária de uma instituição que cuida de pacientes renais e muitas pessoas estão em hemodiálise por causa da pressão alta e do consumo de sódio. Muitos acabam nessa situação por falta de informação. As pessoas acabam adoecendo sem saber o motivo”, afirma a empresária.
Kelly considera que a participação popular na formulação de leis é fundamental para melhorar a sociedade brasileira. “Fico contente que minha sugestão tenha virado um projeto de lei. A gente, aos poucos, em pequenos gestos, precisa ajudar a transformar a sociedade em que vivemos”, ressalta.
Lei da Lactose
A participação popular é uma das principais características do mandato do senador Paulo Bauer. Além do projeto que cria o alerta para alimentos com alta concentração de sódio, Bauer é autor da proposta, já transformada em lei, que obriga fabricantes a informarem no rótulo a presença de lactose nos alimentos industrializados. A sugestão partiu de Pedro Michels, morador de Braço do Norte. A aprovação do projeto contou com a contribuição de Jéssica Duarte, moradora de Rio do Sul, que fez um abaixo-assinado na internet com mais de 40 mil assinaturas.
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