O Natal, essa narrativa poderosa e magnética, povoa o imaginário do Ocidente. Não foi sempre assim. Mas se teve um ponto de ruptura foi determinado pelo britânico Charles Dickens. “Um Conto de Natal”, de 1843, era apenas um panfleto contra os maus-tratos do trabalho infantil, mas logo se transformou em um conto natalino mágico, com uma árvore faustosamente decorada, doces, ponche, ceia, seres inanimados, e que, sobretudo, resgatou valores como a solidariedade e a importância da família. Dickens foi o gatilho para essa nova forma de celebrar o nascimento de Cristo.
Nesses quase dois séculos, surgiram dezenas de outros contos e infinitas releituras. Na pintura, na ilustração, no cinema e na fotografia. A proposta da fotógrafa catarinense Paula Mara Vieira, 33, é justamente resgatar a pureza desse espírito com imagens, para isso criou a série Christmas Charms, com cenários vintage e roupas desenhadas e costuradas por ela. Assim como, cada detalhe é pensado para suscitar a sensação de volta ao tempo, dessa memória coletiva suave, com gosto de infância, imaterial.
“A fotografia, como arte, é capaz de nos transportar. Esse é uma experiência de sonho, que ninguém poderá roubar dessas crianças. Meu desejo era construir uma memória feliz, etérea”, disse Paula.
Paula é formada em fotografia na Univali (Universidade do Vale do Itajaí) e tem oito anos de experiência. Para a série, ela fotografou 20 crianças, de 15 dias a 2 anos.
O trabalho foi feito com delicadeza para ser vivido pelas crianças como uma brincadeira. Maneira encontrada para produzir retratos espontâneos, que ficarão para a eternidade.
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